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Sexta-feira, 30 de agosto de 2024

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Operação Escadotes

Casal que lavava dinheiro do tráfico via multimarcas em Cuiabá tem a prisão mantida; demais alvos continuam presos

Foto: Reprodução

Casal que lavava dinheiro do tráfico via multimarcas em Cuiabá tem a prisão mantida; demais alvos continuam presos
O juiz Douglas Bernardes Romão manteve a prisão do casal Flávio Henrique Lucas e Mara Kenie e outros seis alvos da Operação Escadotes, deflagrada em maio pela Polícia Federal contra organização criminosa voltada à prática de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Naquele mesmo mês, o magistrado havia determinado o bloqueio de R$95 milhões dos principais alvos do grupo, que inclusive usavam a empresa Premium Multimarcas (propriedade do casal), situada em Cuiabá, para lavar os capitais provenientes da venda ilegal de cocaína e maconha.


Leia mais: Juiz bloqueia R$ 95 milhões de empresários que usavam loja de carros para lavar dinheiro do tráfico

Reanalisando as razões que levaram à decretação da prisão dos réus, o juiz anotou que não houve alteração no quadro processual que fosse capaz de conceder-lhes a liberdade mediante cautelares.

Na ordem, proferida em 21 de agosto, Douglas anotou que a organização criminosa cometeu delitos graves, empregando modus operandi com previa organização de tarefas, hierarquia, utilização de pessoas previamente contratadas; como aluguel e adulteração de veículos em “oficina própria” de forma profissional para o transporte de drogas, por meio de preparação de fundos falsos nos veículos.

“Mantenho a prisão preventiva dos acusados Flavio Henrique Lucas, Mara Kenia Dier Lucas, Thiago de Oliveira, John Carlos Lemos da Silva, Tomaz Camilo Vieira Guimarães e Kelvin Diego Minott Egues, Marcos Antônio da Silva e Pedro Benício Rodrigues de Sá”, decidiu.

Escadotes

Deflagrada em maio, a operação resultou no bloqueio milionário nas contas dos réus, bem como na prisão do grupo.

O magistrado determinou o bloqueio de R$50 milhões em face de Marco Antônio da Silva. Ele é apontado como possível líder da associação para o tráfico. Nas interceptações feitas nos celulares dos alvos, a polícia identificou que Marco tem o vulgo de “Zero Um”, ou seja, responsável por coordenar as ações dos demais, além de financiar e promover a logística do tráfico, via locação de veículos e contratação das “mulas” para o transporte.

Esposa de “Zero Um”, Gabrieli Alves Araújo já foi investigada em outra ação por estelionato e uso de documento falso, perante à Polícia Rodoviária Federal do Ceará.
A operação revelou que o casal Flávio Henrique Lucas e Mara Kenia, proprietário de empresa usada para lavar o tráfico, travavam conversas constantes com Gabrieli, evidenciando os indícios de envolvimento dela com os crimes.

Flávio Henrique Lucas foi alvo de bloqueio n valor de R$20 milhões. De acordo com a autoridade policial, ele seria responsável pela logística da traficância, alugando veículos, os levando na funilaria para o fundo falso e arregimentando as “mulas” para o transporte das drogas.

Além disso, ele é proprietário da empresa Premium Multimarcas, ao lado da sua esposa, Mara. Em uma das diligências, um funcionário da empresa e também alvo da Operação, Kelvin Diego Minott Egue foi preso em flagrante transportando 18kg de cocaína.   

Mara Kenia é esposa de Flávio e o juiz mandou bloquear R$5 milhões das suas contas e bens. Ela é acusada de alugar os veículos usados para o tráfico, além de ser sócia do esposo na Premium.

Thiago de Oliveira é acusado de financiar o tráfico de drogas, a exemplo da locação dos veículos, articulação de preparo de funilaria dos carros para o transporte de droga, pagamento das despesas de viagem dos “mulas” associados, bem como assegurando assistência jurídica por meio da contratação de advogados aos demais. Ele foi alvo de bloqueio no valor de R$10 milhões.
 
Foram alvos de mandado de prisão: Flávio Henrique Lucas, Thiago De Oliveira, Mara Kenia Dier Lucas, Marco Antônio Da Silva, Tomaz Camilo Vieira Guimaraes, Kelvin Diego Minott Egue, John Carlos Lemos Da Silva e Pedro Benício Rodrigues de Sá.
 
Kelvin Diego Minott Egues e Thiago de Oliveira foram detidos em flagrante pelos agentes da Polícia Federal.
 
Segundo a PF, o grupo criminoso operava de Cuiabá e, da Capital, enviava drogas e armas escondidas em fundos falsos produzidos em veículos alugados, tendo como destino diversas regiões no Brasil.
 
As investigações tiveram início em agosto de 2023, durante a prisão em flagrante de uma pessoa que transportava cerca de 40 kg de entorpecentes em um fundo falso de veículo. As investigações foram aprofundadas, fazendo com que a polícia chegasse aos líderes do grupo criminoso.
 
Estima-se que o grupo tenha transportado toneladas de entorpecentes e diversas unidades de armas de fogo de uso permitido e restrito para outros estados da federação.
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