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Quarta-feira, 18 de setembro de 2024

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DEFENDE SUPOSTO FINANCIADOR

Juíza concede acesso ao celular de Zampieri, mas repreende postura da 'Rainha do HC' por manobra proposital na iminência do júri

Foto: Olhar Direto

Juíza concede acesso ao celular de Zampieri, mas repreende postura da 'Rainha do HC' por manobra proposital na iminência do júri
Em decisão proferida nesta quarta-feira (18), a juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, concedeu o pedido da defesa do réu Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, representado pela advogada Sara Quinetti Pironi, conhecida nos meios jurídicos como a "Rainha do Habeas Corpus", a qual requereu acesso total aos dados contidos no aparelho celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023. Caçadini é acusado de financiar a execução. Ao acolher o pleito, porém, a magistrada não deixou de criticar de forma incisiva a conduta da defesa, sugerindo que o pedido foi apresentado com claro intuito de postergar a conclusão do processo.


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A advogada Sara Pironi solicitou acesso a dados extraídos do celular da vítima apenas na fase de alegações finais, o que, segundo a juíza, deveria ter sido feito anteriormente. Em sua decisão, Anna Paula foi enfática ao apontar a atitude da defesa como "proposital" e com o objetivo de “tumultuar o feito” e, possivelmente, tentar cavar nulidades.
 
Conforme relatado, a defesa do réu não havia demonstrado qualquer interesse em acessar os dados do celular da vítima em momentos cruciais anteriores do processo, mesmo após a juíza ter autorizado, em agosto, o compartilhamento dessas informações para fins investigativos.

Somente no fechamento da fase instrutória, quando a defesa deveria apenas apresentar suas alegações finais, o pedido foi feito. Para a magistrada, o pleito foi "desnecessário" e visava claramente atrasar o julgamento.

“A defesa, quiçá de forma proposital, formulou o pleito após o encerramento da fase instrutória, quando já deveria apenas e tão somente apresentar seus memoriais”, escreveu a juíza. Ela também destacou que a defesa havia realizado “inúmeros requerimentos de somenos importância” ao longo do processo, incluindo um pedido de transferência do réu para outra unidade militar, mas sem que houvesse o requerimento para acessar os dados contidos no aparelho de Zampieri.

A decisão da juíza autoriza o acesso aos dados extraídos do celular da vítima, conforme decisão do Corregedor-Geral da Justiça, Desembargador Juvenal Pereira da Silva, que havia determinado o levantamento do sigilo interno dos documentos. No entanto, a juíza ressaltou que a acusação no processo não se baseava nos referidos dados, sugerindo que a estratégia defensiva não teria fundamentos sólidos para justificar o atraso.

Ao final, a juíza determinou que a defesa de Etevaldo Caçadini apresente suas alegações finais no prazo já estipulado, destacando que não há mais espaço para manobras protelatórias. Somente Caçadini não apresentou os memoriais finais.

Homicida confesso do advogado, o pedreiro Antônio Gomes da Silva, autor dos dez disparos que ceifaram a vida de Zampieri, informou nos autos que vai apresentar os memoriais no júri. Veterano do exército e instrutor de tiro, Hedilerson Fialho Barbosa, acusado de ser o intermediador e de emprestar a arma usada no assassinato, alegou que não há indícios mínimos de sua participação na empreitada e, por isso, pediu sua impronúncia, ou seja, para não seja submetido ao júri.
 
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