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Domingo, 19 de maio de 2024

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Fez-se justiça ao devolver área Marãiwatsédé aos índios, acredita jornalista

Foto: Olhar Direto

Andreia diz que a imprensa foi induzida ao erro por produtores e políticos interessados na área dos xavantes

Andreia diz que a imprensa foi induzida ao erro por produtores e políticos interessados na área dos xavantes

A jornalista Andreia Fanzeres, da ong Operação Amazônia Nativa (OPAN), foi uma das palestrantes do segundo Simpósio de Jornalismo e Direito promovido pela UFMT no campus de Barra do Garças, de 27 a 30 de agosto. A palestra dela foi polêmica porque ela apontou falhas da imprensa na cobertura da volta dos índios xavantes para Marãiwatsédé. A jornalista afirmou que houve justiça porque aquela área pertencia aos índios, mas alguns segmentos da imprensa, se deixou influenciar por produtores rurais e até mesmo políticos de Mato Grosso, que vendiam a idéia que os índios nunca moraram naquele lugar.   


Para contextualizar o que estava falando, a jornalista mostrou o vídeo, produzido e editado pelos xavantes da Marãiwatsédé, que foi apresentado na convenção Rio + 20, em junho de 2012, com o intuito de dar visibilidade à luta deles. O video mostra o cacique Damião ainda menino na aldeia. Ele que se tornou um símbolo desta luta de 40 anos para voltar a Marãiwatsédé. O documentário mostra os xavantes em 1961 dentro da aldeia e depois a retirada deles, em aviões cedidos pelo Governo Federal, para São Marcos em Barra do Garças. “Essa conflito pela área poderia ter sido evitado em 1995 quando saiu o primeiro mandado de reintegração de posse em favor dos índios”, destacou a palestrante.

Andreia disse que foi necessária a intervenção do Ministério Público Federal (MPF) por intermédio da Justiça Federal para retornar os índios xavantes a região do Norte Araguaia. Segundo a jornalista, alguns segmentos da imprensa chegaram a duvidar do fato histórico dos índios serem do local e incitaram o conflito entre brancos e índios. Todavia, passado esse momento da volta dos índios a Marãiwatsédé, a jornalista da OPAN pediu a compreensão do povo do Araguaia para ter uma convivência pacifica e ajudar os índios na reconstrução do lar deles. “Eles precisam dessa ajuda para se readaptarem aquela área que inclusive está ardendo em fogo por causa das queimadas”, ponderou.  

Andreia participou da segunda noite do simpósio com o tema “Povos indígenas: identidade, mídia e direito” que ainda teve os conferencistas o líder indígena xavante, Cristóvão Tserero’odi Tsõrõpré, e o professor mestre da UFMT/CUA, João Paulo Miranda. A mediação foi realizada pelo procurador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Barra do Garças, doutor Rogério Vieira Rodrigues.

Outro destaque do evento foi a participação do ex-coordenador de Política Indígena de Barra do Garças, o professor xavante, Cristóvão Tsõrõpré. Ele explanou sobre o valor sentimental que a terra tem para o povo indígena e sobre a importância da luta indígena pelos seus direitos. Salientou ainda a falta de compreensão e conhecimento por parte dos não-índios sobre a identidade e a cultura indígena. “Conhecendo a cultura do outro, a gente a aceita e respeita as práticas culturais”, disse ele.

A terceira noite do simpósio, quinta-feira (29) , teve apresentação do grupo teatral 'Fazendo Artes' dos cursos de Direito e Letras. Foram debatidos assuntos referentes a Mídia e movimentos sociais, com a presença do jornalista de Brasília Dioclécio Ferreira da Luz e o defensor público, doutor Hugo Ramos Vilela. O simpósio termina nesta sexta-feira. 

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