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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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Fase da Ararath completa um mês após 'strike' em poderes de MT; só Eder segue preso

Foto: Danilo Bezerra/ Olhar Direto

Fase da Ararath completa um mês após 'strike' em poderes de MT; só Eder segue preso
Há um mês, a Polícia Federal desencadeou em Mato Grosso a quinta fase da operação Ararath para buscar subsídios a uma investigação sobre a atuação de um complexo esquema de lavagem de dinheiro - cuja estimativa de movimentação ultrapassa R$ 500 milhões – para o ‘financiamento’ de interesses políticos no Estado. A ação ganhou repercussão nacional e pela complexidade do esquema e número de envolvidos, novas fases da ação são aguardadas. Cabe a Delegacias de Combate ao Crime Organizado e a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos. Uma lista apreendida pela PF aponta que pelo menos 70 empresas utilizaram ‘recursos’ oriundos de esquemas fraudulentos de empréstimos.

A ação policial levou para prisão Eder Moraes,uma das figuras políticas mais emblemáticas do Estado. Homem forte do governo Blairo Maggi, atuou em cargos de destaques durante a sua gestão (2003 a 2010), como secretário de Fazenda, presidente da Agência da Copa do Mundo (Agecopa), da Casa Civil e também diretor da Agência de Fomento de Mato Grosso. Além dele, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva (PSD), foi também detido sob acusação de possuir forte influência o que poderia prejudicar as investigações. Riva foi solto três dias depois da deflagração da operação em 23 de maio por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli - o mesmo que autorizou a decisão da prisão.

Defesa de Silval pode anular quinta fase da Ararath; concessão de delação a Mendonça seria ilegal

Na ocasião, a casa do governador do Estado, no bairro Jardim das Américas, também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e de apreensão. Na ocasião, o peemedebista chegou a ser detido em posse de uma pistola com registro vencido. Mediante o pagamento de R$ 100 mil de fiança ele foi liberado.

Desde 20 de maio, o endereço de Moraes tem sido o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele chegou a deixar a unidade por pouco mais de 24 horas no último dia 30, também por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas retornou para cadeia porque possui um mandado de prisão expedido pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, que negou a revogação da prisão preventiva.

Entenda

A quinta fase da investigação Ararath tem como pivô o empresário do ramo de factoring e de distribuição de combustível Gércio Marcelino Mendonça, ‘o Júnior Mendonça’. Mediante acordo de dilação premiada, ele revelou com riqueza de detalhes que o secretário de Estado intermediava empréstimos fraudulentos feitos pelo Bic Banco (Banco Industrial e Comercial S/A) a empresas como a Comercial Amazônia de Petróleo Ltda (Amazônia Petróleo), de propriedade de Júnior Mendonça. Ele apontou que sempre encontrava com Eder Moraes para negociar empréstimos e pagamentos em seu gabinete junto a Secretaria de Administração do Estado.

Em depoimentos prestados à PF, Mendonça também citou inúmeros ex-secretários e deputados estaduais, além de proeminentes empresários de Cuiabá como sendo beneficiários do esquema.  Ele apontou que atendeu a interesses do ex-governador do Estado e senador da República, Blairo Maggi, do atual governador Silval Barbosa e do deputado Riva (PSD).  Todos  os citados negaram à imprensa a prática de ações delituosas.  
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