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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Notícias | Criminal

5ª vara federal

Delator da Ararath reafirma em juízo todas as acusações contra poderosos de Mato Grosso

Foto: Olhar Jurídico

Huendel Rolin

Huendel Rolin

Em depoimento prestado durante por mais de seis horas à Justiça Federal na tarde desta quinta-feira (3) o empresário Gercio Marcelino Mendonça - o Júnior Mendonça- reafirmou todas as declarações que fez sobre o esquema de lavagem de dinheiro e operação de instituição financeira clandestina no mais alto escalão do Estado de Mato Grosso.

Mendonça é o delator do esquema e foi interrogado pelo juiz da 5ª Vara da Justiça Federal, Jeferson Schneider. A audiência de instrução iniciou às 13h30 e só terminou por volta das 19h desta quinta-feira. Mesmo sem o caso correr sob segredo de justiça, não foi permitida a entrada da imprensa na sala de audiência.

 Durante a audiência Schneider também negou um novo pedido de liberdade feito pela defesa do ex-secretário de Estado, Ëder Moraes, que está preso em Brasília desde o último dia 20 de maio.  

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O advogado de Mendonça, Huendel Rolin, acompanhou o depoimento e saiu da sala da Justiça Federal sem falar com a imprensa, apenas comunicou que as declarações de seu cliente, feitas em face de delação premiada à Polícia Federal, foram mantidas na íntegra. Mendonça conseguiu driblar os jornalistas que aguardavam na recepção da sede da Justiça Federal, localizada na avenida Historiador Rubens de Mendonça - a do CPA-, o empresário saiu pelos fundos da instituição, mantendo o silêncio que foi firmando quando fez o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Todos os réus no processo - Laura Tereza da Costa Dias (esposa de Eder), o ex-secretário adjunto do Tesouro Estadual Vivaldo Lopes e o superintendente do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol, acompanharam as declarações que eram dadas por Júnior Mendonça, inclusive o ex-secretário de estado Eder de Moraes Dias, que participou do procedimento por meio de videoconferência.

Em entrevista à imprensa, logo após o final da audiência de instrução, o advogado de Eder Moraes, Paulo Lessa, informou que a audiência demorou muito devido as perguntas feitas pela defesa dos quatro réus. Lessa disse ainda que uma nova audiência já foi marcada para o próximo dia 24 de julho, ocasião em que todas as testemunhas devem ser ouvidas. Somente Eder Moraes tem seis testemunhas arroladas no processo. 

O advogado de secretário Vivaldo Lopes, Ulisses Rabaneda, também fez declarações curtas corroborando a mesma informação que tinha passado antes do início da audiência. Rabaneda disse que o depoimento de Mendonça é a prova da inocência de seu cliente. Segundo o advogado, Mendonça disse que Vivaldo Lopes emprestou a conta bancária de sua empresa para receber um depósito bancário destinado ao Mixto Futebol Clube.

A esposa de Eder Moraes, Laura Dias, saiu da sala de audiência acompanhada por uma mulher e pelo advogado Marden Tortorelli. Laura evitou a imprensa e rapidamente entrou no carro que a esperava na porta da Justiça Federal. O advogado informou que o depoimento de Mendonça exime a esposa de Eder Moraes de qualquer participação no esquema.

Entenda o caso

A investigação da Polícia Federal apontou que transferências bancárias totalizando o valor de R$ 520 mil à empresa Brisa Consultoria e Assessoria, pertencente ao secretário adjunto do Tesouro de Mato Grosso, Vivaldo Lopes Dias, teriam sido usadas no suposto esquema de lavagem de dinheiro tendo o ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes, como principal organizador. No período em que Eder de Moraes ocupava a cadeira de secretário da Sefaz (entre fevereiro de 2008 e março de 2010) Vivaldo Lopes Dias era o secretário-adjunto da pasta. Os empréstimos eram viabilizados via Bic Banco.

As transferências – de acordo com demonstrativo encaminhado à Justiça Federal – foram realizadas entre janeiro e março de 2010 por meio de contas da Globo Fomento e Comercial Amazônia de Petróleo, pertencentes ao empresário Júnior Mendonça (delator do esquema), de acordo com a Polícia Federal. Os acusados negaram as práticas de crimes para Policia Federal.

Eder Moraes, LauraDias, Vivaldo Lopes e Luiz Cuzziol foram denunciados após investigação da Polícia Federal que revelou um suposto esquema de obtenção de empréstimos fraudulentos junto ao Bic Banco e as empresas Amazônia Petróleo e Globo Fomento Mercantil que eram pagos mediante a liberação de cartas de crédito pelo Estado. No entanto, a polícia aponta que o dinheiro era realmente usado para o ‘abastecimento’ de um núcleo político do Estado que comprava pesquisas e apoio politico.



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