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Sábado, 04 de maio de 2024

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Operação Ararath

Após 8 horas de depoimento, Eder afirma inocência e diz que passou fome preso

Foto: Danilo Bezerra/ Olhar Direto

Após 8 horas de depoimento, Eder afirma inocência e diz que passou fome preso
Após mais de oito horas de depoimento ao juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara da Justiça Federal, o ex-secretário de Estado Eder Moraes negou que tenha praticado fraudes contra o sistema financeiro ou que tenha empregado sua esposa, Laura Costa Dias, no esquema investigado pela Polícia Federal na Operação Ararath.

Eder foi denunciado por crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro em uma modalidade criminosa que teria durado oito anos e movimentado mais de R$ 100 milhões. Tanbém foram denunciados o ex-secretário do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes, o superintendente do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol, e a esposa de Eder.

MPF é contrário à soltura de Eder Moraes; esquema movimentou R$ 100 mi em oito anos

"O que eu posso dizer à sociedade mato-grossense é que eu sou inocente, estou comprovando minha inocência, mas são questões bastante complexas e que não dá para explicar para vocês da imprensa. O que eu posso afirmar olhando nos olhos da sociedade é que o Eder Moraes não cometeu nenhuma irregularidade".  No total, Moraes ficou preso por 81 dias, sendo 62 no Centro de Custódia do Complexo da Papuda. "Foram dias difíceis. Passei fome, emagreci 14 quilos". lamentou.

Eder falou para a imprensa na noite de ontem pela primeira vez desde que deixou a prisão no último sábado (15). Questionado sobre o teor de suas declarações à Justiça Federal, ele ratificou que não considera o momento oportuno para falar, em razão do teor técnico de suas explicações. Também prefertiu não tecer comentários sobre as declarações do empresário Júnior Mendonça, principal delator do esquema, que o aponta como líder de uma organização criminosa que atuaria há pelo menos oito anos em Mato Grosso. Mendonça afirma que agia aos mandos de Eder, e que o suposto líder usava de sua influência para viabilizar empréstimos simulados perante o Bic Banco, beneficianco empresas e um determinado grupo político.

Quanto à desistência da defesa, patrocinada pelo escritório do advogado Paulo Lessa, ele afirmou que possui um vínculo de amizade e que ainda irá conversar com Lessa. Sobre a ausência de pagamento dos honorários advocatícios, ele preferiu não comentar.

Quanto à acusação do Ministério Público Federal de que sua esposa foi usada no esquema para beneficiar Eder e um grupo político, afirmou: "nós temos um acordo como casal. Ela não cuidava da parte financeira". Ele ainda alertou que é necessário ter cuidado para não enlamear a honra das pessoas ou interferir na vida conjugal.

Eder teve a prisão preventiva solicitada pelo MPF para “evitar a coação moral, corrupção e ameaça a testemunhas, dada a magnitude da investigação que envolve interesses de autoridades de alto escalão e grupo de empresários com poderio econômico elevado”. 

Na tarde de hoje, a partir das 13h30, a esposa da Laura irá prestar esclarecimentos à Justiça Federal. Sua defesa, feita pelo advogado Marden Tortorelli, ela afirma que ela constituiu uma empresa, mas a adminstração pertencia ao marido. A defesa ainda nega que ela tenha sido usada como 'testa de ferro' ou 'laranja' para seu marido. Na tarde de ontem, ao chegar para acompanhar a oitiva de Eder à Justiça, o advogado ratificou que sua cliente não havia sido enganada pelo marido, mas que não tinha responsabilidade quanto a parte adminstrativa dos negócios da família. 

*Atualizada às 8h06 e às 08h51
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