O deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) insistiu com o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), pela convocação da advogada Beatriz Catta Preta, ex-defensora de vários delatores da Operação Lava Jato, inclusive do empresário Júlio Camargo, que acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de envolvimento em recebimento de propina, acusação negada por Cunha.

A convocação da advogada, que fechou seu escritório e abandonou a defesa dos acusados, já foi aprovada pela CPI, mas decisão do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), desobrigou-a de falar sobre honorários.

Pansera é o autor do requerimento e insiste que a advogada compareça para explicar não só a origem dos honorários, mas também as acusações feitas por ela de que teria sido ameaçada de maneira velada pela CPI.

Segundo Pansera, os honorários recebidos pela advogada podem ter como origem recursos ilegais e lavagem de dinheiro. “Se um contador não pode receber dinheiro ilegal, nem o médico, nem o engenheiro, por que o advogado pode?”, questionou o deputado.

Pansera também cobrou a presença da advogada para que ela explique quem a estaria ameaçando. “Nós temos legitimidade para convocá-la. Ela tem obrigação de vir aqui. Eu, como cidadão e deputado, tenho legitimidade para convocá-la e perguntar quem de fato a está ameaçando”, disse.

O depoimento da advogada ainda não foi marcado.