A comissão da Ordem dos Advogados do Brasil participou ativamente das negociações para libertação de 43 pessoas feitas reféns por reeducandas da penitenciária feminina Ana Maria Couto May, em Cuiabá. O presidente da comissão, Betsey de Miranda, relata que a principal preocupação da comissão foi a manutenção da integração física das vítimas.

Reféns são libertados por detentas em MT após 20 horas de negociação

Segundo as informações da assessoria de imprensa, ao final do impasse os órgãos presentes no local assinaram um documento em que assumiam o compromisso de apurar as denúncias das presas sobre revisão das penas e também a fiscalização para que não houve represália pelo ato.

“Havia muitos familiares no presídio, em especial, crianças. Por isso, nosso maior foco foram os reféns. Buscamos negociar para manter a integridade física de todos eles. O motim envolvia presas dos raios dois, três, quatro e da triagem”, relatou a presidente.

Foi firmando ainda a busca pela simplificação do sistema de mudança de raio; a abertura de frentes de trabalho; a definição de local de custódia a partir dos critérios de segurança das detentas e dos agentes, entre outros.

Betsey de Miranda comenta que recebeu diversas cartas das reeducandas com uma série de reivindicações que vão desde a revisão de penas, visitas íntimas com maridos ou companheiros que também estejam presos em outras unidades; a melhoria na alimentação e no atendimento médico.

No início, 57 pessoas foram feitas reféns, sendo 56 familiares das próprias reeducandas e um agente prisional. O motim teve início durante o horário de visita e cerca de quatro horas depois, alguns foram liberados. De acordo com Gilberto Carvalho, superintendente de Gestão Penitenciária da Sejudh, as detentas se revoltaram por causa da prisão de duas visitantes que foram flagradas com drogas durante revista no domingo.