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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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MÁFIA NO PS

Médicos e servidores são condenados a 56 anos por cobrança de propina para priorizar pacientes

Foto: Reprodução

Médicos e servidores são condenados a 56 anos por cobrança de propina para priorizar pacientes
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou servidores públicos da saúde municipal Josué Pinto da Silva, Wlamir Benedito Soares e Jairo Calamir da Cruz, além dos médicos Murilo de Sant’ana Barros e Marcos Benedito Correa Gabriel a 56 anos por corrupção passiva e peculato. Comprovou-se que eles executaram esquema de cobrança de propina para manipulação de filas de espera do Sistema único de Saúde de pacientes que tratavam problemas ortopédicos, no caso conhecido como “Máfia da Ortopetida”, entre 2009 e 2010.


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Josué Pinto e Wlamir Benedito Soares, à época gesseiros do Pronto Socorro Municipal, foram condenados a 18 anos, 11 meses e 16 dias, além do pagamento de 186 dias-multa. O servidor público Jairo Calamir da Cruz foi condenado a 8 anos, 11 meses e dez dias de reclusão, e o pagamento de 91 dias-multa.

Os médicos Murilo de Sant’ana Barros e Marcos Benedito Correa Gabriel foram condenados em seis anos de reclusão e 60 dias-multa.

Os condenados poderão apelar em liberdade, tendo em vista que permaneceram soltos durante toda a instrução processual e porque o juiz não verificou, no momento da sentença, os requisitos para decretação da prisão preventiva.

A estrutura ilegal se instalou no setor de ortopedia da unidade médica e foi alvo de investigação por parte do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Seis servidores do hospital, dentre eles, gesseiros e médicos ortopedistas, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por cobrarem propina de pacientes na fila de espera por cirurgias.

A Máfia da Ortopedia foi denunciada em 2006 e investigação criminal instaurada em 2009. Segundo os autos, o esquema atuava deixando pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) sem a devida assistência para se aproveitar da situação de descaso e agenciá-los ao atendimento particular. O gesseiro é quem fazia o aliciamento dos pacientes, encaminhando para o médico. Uma cirurgia podia custar até R$ 3 mil.

A investigação iniciou em agosto de 2009 e foi concluída no final de 2010, durante esse tempo os agentes do Gaeco realizaram a interceptação telefônica e constataram a participação dos envolvidos e a negociação dos médicos com gesseiros.

Narrou a denúncia que eles cobravam propina para burlar a fila. No caso de Josué e Wlamir havia apropriação e venda de medicamentos do hospital, além de emissão de atestados, exames e laudos falsos.
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