A viúva Joseane Carlos dos Santos, esposa do vendedor ambulante Gilson Silva Alves, morto em operação da polícia civil, prestou depoimento na Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) durante toda à tarde desta terça-feira (31). À polícia, ela confirmou a versão de que João Osni Guimarães, o “Caveira”, seja o responsável pela ação que resultou na morte do marido, entrando em confronto direto com a tese sustentada pela corporação.
A declaração dos fatos iniciou ainda no início da tarde, às 14h. Joseane presenciou toda a abordagem, desde o momento em que os investigadores Edson Leite, Mawxel Pereira e “Caveira” chegaram armados na entrada do restaurante do Posto 2006, localizado na Rodovia dos Imigrantes, em Várzea Grande. Ela, assim como o marido e filhos, eram alvos da polícia em um suposto esquema de repreensão montado após a família denunciar um sobrinho de João Osni por roubo.
À espera da conclusão do depoimento da cunhada, Paulo Anunciação Alves se mostrou indignado com o fato de a polícia apoiar a idéia de que Gilson teria reagido à abordagem, iniciando assim, o confronto que resultou no embate entre Maxwel, Edson e a vítima. Para ele, ‘alguém importante deve estar por trás da história para que os policiais encobertem os fatos desse jeito’. “Não existe outra hipótese nem fundamento para o que estão falando”, ressalta.
Desde a semana passada, frentistas, gerente do posto e do restaurante foram ouvidos na DHPP, para relatarem as versões dos fatos sobre o que teria ocorrido na tarde do dia 23 de maio. Além disso, os resultados do exame de balística e de pólvora são esperados para confirmarem quem teria feito os disparos que acertaram os investigadores. A delegada Sílvia Pauluzzi, responsável pelo caso, ainda aguarda a liberação da quebra de sigilo telefônico de todos os envolvidos no caso.