O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), vai protocolar hoje um oficio juntamente com o secretário municipal de Governo, Osvaldo Sobrinho, solicitando audiência com o ministro das Cidades, Márcio Fortes, e ainda com o juiz federal da Primeira Vara de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, com a intenção de obter esclarecimentos sobre o susposto esquema de fraudes em processos licitatórios das obras do PAC (Programa de Aceleração e Crescimento) na capital.

Em entrevista ao programa de  “Chamada Geral”, da Rádio Mega FM, o prefeito disse que ainda tem muitas dúvidas sobre a decisão do juiz, no sentido  se houve o cancelamento ou não, das licitações dos sete lotes. Além disso, a grande problemática avalia Santos, é que as empreiteiras estão paralisadas em diversos bairros.

“As empresas estão parando de trabalhar e temos muitos buracos abertos nas ruas, que são das obras que tiveram início. Na segunda feira, tínhamos que ter começado as obras de três adutoras que iriam abranger a região sul de Cuiabá”, declarou.

Diante das denúncias de irregularidades no PAC, e que culminaram na Operação Pacenas, deflagrada dia 10 pela Polícia Federal, levando 11 pessoas para a prisão, entre elas, o procurador do município, José Antônio Rosa, o prefeito ressalta que não vai “correr” do problema. “Queremos ver as obras executadas e vamos enfrentar a situação. A Prefeitura está de portas abertas e por isso quero saber das autoridades [ Márcio Fortes e Julier] qual o caminho legal e a segurança jurídica que temos. Quero saber se vamos continuar com as obras ou não”, frisou Wilson Santos.

O tucano também disse que é favorável a decisão da Justiça Federal em abrir uma conta “especial” para os depósitos dos recursos das obras do PAC, deixando de serem repassados diretamente para a Prefeitura. De acordo com Wilson, é importante que a justiça fiscalize e administre toda a situação. Destacou ainda que se alguém deve ser punido, que a justiça faça a punição.

Com exclusividade, ele citou o caso da servidora da Companhia de Saneamento Básico (Sanecap), Ana Virgínia de Carvalho, que foi presa durante a operação, mas que não teria recebido R$ 50 mil a título de favorecimento a empresários do Consórcio Cuiabano. Conforme o site Olhar Direto já havia publicado, curiosamente, Ana Virgínia não participa da conversa gravada pela PF que explicita o pagamento do dinheiro, sendo que quem teria sido beneficiada foi Ana Virgínia Ferraz de Matos, a título de indenização de uma propriedade na região da avenida das Torres.

Atualizada às 08h15