A servidora pública Ana Virgínia de Carvalho, popularmente conhecida por Naná, presidente da Comissão de Licitação da Sanecap (Companhia de Saneamento da Capital), presa pela Polícia Federal na Operação Pacenas, acaba de ser liberada da prisão, onde estava detida desde a última segunda feira (10) por decisão do desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal (TRF).

"Naná" foi a última pessoa a ser liberada entre os presos pela PF, por determinação do Juízo da Primeira Vara, em ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Ela foi acusada de fraudar licitações em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Cuiabá. Em diálogo interceptado pela PF, Ana Virgínia fora acusada de ter sido beneficiada por um pagamento de R$ 50 mil.

Contudo, conforme apurou o Olhar Direto, apessoa "beneficiada" pelo suposto pagamento teria sido a empresária Ana Virgínia Ferraz de Mattos, que teria direito aos R$ 50 mil a título de indenização por conta de uma desapropriação de uma área localizada no entorno da avenida das Torres. Ana Virgínia, filha do ex-deputado estadual Alves de Matos, faleceu no último sábado (15), vítima de um câncer.

"Ela foi a única entre os presos que saiu com decisão liminar e não com pedido de reconsideração. Isso significa que o magistrado não indeferiu inicialmente, para depois acatar o pedido de plano. Neste caso, ele (Cândido Ribeiro), deferiu de plano, sobretudo quando verificou, no processo, que houve confusão na interpretação das interceptações telefônicas, com relação ao nome de Ana Virgínia de Carvalho, quando, na verdade, o diálogo interceptado se referia a Ana Virgina de Ferraz Mattos", declarou o advogado Salmen Ghazale. 

Enfático, Ghazale afirmou que "a prisão de Ana Virgínia Carvalho é irreparável". "É um preço que não tem como ser mensurado", ponderou o advogado, em entrevista concedida há pouco para o Olhar.

Até o final da noite desta segunda feira continuavam presos Milton Nascimento Pereira, presidente da Comissão de Licitação de Várzea Grande, e Jaqueline Favetti, também integrante da mesma comissão.

Soltos

Ana Virgínia de Carvalho
Adilson Moreira da Silva
Alexandre Shutze
Anildo Lima Barros
Carlos Avalone
José Antonio Rosa
Jorge Pires de Miranda
Luiz Carlos Richter Fernandas
Marcelo Avalone

Presos

Milton Nascimento Pereira
Jaqueline Favetti