Em discurso contra a criação de uma CPI  para apurar as denuncias de fraudes nas licitações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Cuiabá, o deputado estadual Carlos Brito (PDT) alegou que o governador está colhendo os frutos por ter delegado à Prefeitura de Cuiabá uma tarefa de responsabilidade do Executivo estadual. A ponderação foi feita nesta manhã (19) durante a sessão da Assembléia Legislativa, quando ele defendeu um momento para exigir informações e elucidar o real e o fictício no caso.

“Não entendo que a CPI seja o melhor. Nós precisamos nos informar mais. Precisamos ter muito claro que os R$ 124 milhões foram liberados devido à credibilidade de Blairo Maggi (PR). E precisamos questionar: Por que o governo do Estado, que viabilizou os recursos, não executou as obras desde o começo?”, questiona Brito

Ainda de acordo com o parlamentar, uma CPI pode ‘complicar’ o caso e servir para satisfazer questões partidárias, “fazendo ginástica para proteger candidatura deste e daquele”.

Outro parlamentar que preteriu a idéia de criar uma ‘CPI do PAC’, foi Guilherme Maluf (PSDB), correligionário do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos. “Se vamos fazer uma CPI para o PAC, devemos fazer uma CPI para cada suspeita de desvio de verba”, argumentou.

Maluf também defendeu a tomada do controle das obras pelo governo estadual o mais rápido possível. Para ele, não importa quem concluirá as obras, mas sim que os recursos não se percam.

Percival Muniz (PPS) deu razão a Brito e reforçou o apelo para que Maggi tome o controle das obras. “É um convênio do Estado que o repassou para o município. Agora ele tem que tirar a delegação dada, com todos os motivos para isso”, concluiu.