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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Notícias | Criminal

Barbaridade em Cuiabá

Acusados de matar mulher a facadas a mando do marido serão julgados em julho

Foto: Divulgação/PC

Maycon e Daniel irão ao juri em julho; Damião (destaque) ainda aguarda julgamento

Maycon e Daniel irão ao juri em julho; Damião (destaque) ainda aguarda julgamento

Os acusados Maycon José Cardoso, Daniel Paredes Ferreira e Kleber Azevedo dos Santos, apontados como executores do assassinato da empresária Ângela Cristina Peixoto, morta com 24 facadas no dia 16 de novembro de 2011, serão levados ao Júri Popular no próximo dia 2 de julho.

Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o trio faz parte de uma quadrilha, que teria como líder o esposo de Ângela, Damião Francisco Rezende, que também está preso. Kleber Azevedo dos Santos é compadre de Damião e teria lhe apresentado Daniel e Kleber, por ter conhecimento que os dois "faziam alguns serviços", conforme depoimento prestado em juízo.

Ângela foi assassinada com 24 facadas, durante uma simulação de assalto ocorrido na residência no casal, no Jardim Presidente, em Cuiabá, na madrugada de terça-feira (16) daquele ano.

Damião foi preso pela Polícia Civil, em Cuiabá, na noite do dia seguinte ao assassinato, após o sepultamento da esposa, no Cemitério Bom Jesus, no Parque Cuiabá. Ele foi apontado como mandante. Na próxima sexta-feira (9), Damião deverá prestar novo depoimento em juízo sobre a acusação de tráfico de drogas.

O crime

Maycon e Daniel, apontados como autores do assassinato, foram presos quando viajavam para a Bolívia, conforme revelaram em depoimento, para buscar um carregamento de cocaína, na ronteira com Mato Grosso do Sul.

Eles confessaram que Damião os contratou por R$ 3 mil e mais o que conseguissem roubar da residência, além de uma caminhonete S10.  Entretanto, não teriam recebido nenhum dinheiro e teriam ficado apenas com os objetos (três relógios de pulso, sete pares de tênis, jóias, três TVs LCD, um notebook, um netbook e celulares) e o carro.

Daniel ainda disse que eles deram 'apenas' 10 facadas e que as outras devem ter sido dadas pelo marido de Ângela. Segundo ele, o marido estava escondido na casa, observando a mulher ser morta. 

Premeditação e tráfico de drogas

O advogado Luciano Augusto Neves (foto ao lado),  contratado pela família de Ângela, que atua como assistente de acusação do MPE,  defende a tese de que a empresária foi dopada antes de ser esfaqueada. Essa seria mais uma prova da premeditação de Damião para o assassinato da esposa. As investigações revelaram ainda que os executores foram contratados 40 dias antes do crime. 

"Vamos pedir a pena máxima. Levando em conta a premeditação do crime, o modo cruel como foi executado e o motivo - ligação de Damião com o tráfico de drogas. Acreditamos que Ângela descobriu o envolvimento dele e por isso foi assassinada daquela forma", revelou ao Olhar Jurídico.

Neves disse ainda que espera que Damião seja condenado por tráfico de drogas antes de ir a julgamento pelo assassinato da esposa. "Desde modo ele não seria mais réu primário e pode favorecer a acusação", pontuou. 

Em depoimento ao juízo, familiares da vítima disseram acreditar que Ângela e a filha do casal, uma menor de sete anos - à época do crime-, tenham recebido algum medicamento de Damião. A menor revelou para a tia que não se lembra de ter sido trancada no quarto e que acordou ao ver o pai, chorando, em uma sacada.

Motivação 

Tráfico de drogas, essa seria a motivação do crime apontada pela Polícia Civil como combustível do assassinato da empresária, tese que foi sustentada na denúncia do Ministério Público.

Além disso, foram quase 21 quilos de cocaína foram encontrados em uma quitinete, no bairro Grande Terceiro. A droga inicialmente foi apontada como sendo de Maycon, que durante interrogatório em juízo afirmou que não sabia que tinha a droga na casa, mas que acabou encontrando as malas quando procurava por objetos de valor.

Segundo o réu, a mala grande estava escondida embaixo de uma cama no quarto de hospedes, ele abriu parte da mala e viu que se tratava de cocaína, aí resolveu roubar a droga para vender. Havia ainda outra mala de tamanho menor que ele pegou para colocar objetos menores.

 A irmã de Ângela, Angélica Maria Peixoto, disse em juízo que viu, no quarto de hóspedes, duas malas que foram encontradas pela Polícia Civil com Maycon e continham quilos de cocaína.

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