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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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greve dos professores

AMAM aciona sindicalista que chamou Judiciário de 'porco' e acusou 'compra' de sentença

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

AMAM aciona sindicalista que chamou Judiciário de 'porco' e acusou 'compra' de sentença
A Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) comunicou nesta quinta-feira (1) que vai ingressar com medidas judiciais nas esferas cível e criminal para responsabilizar uma professora líder do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) suspeita de divulgar áudio em grupos de WhatsApp classificando o Judiciário como “porco” e afirmando que o governo do Estado demorou para “comprar” uma liminar contra a greve. 
 
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O presidente da Amam, juiz Tiago Abreu, repudiou as afirmações feitas e considerou grave o fato de a sindicalista ofender a honra de magistrados, sem apresentar fatos que comprovem tais acusações. “Somos defensores da liberdade de expressão. Contudo, discursos meramente difamatórios não podem ser aceitos sob esse pretexto. No estado democrático de Direito se pode muito, mas não tudo”, disse o Tiago Abreu na nota.
 
“Entendemos que uma pessoa em posição de liderança não deva, jamais, fazer acusações tão sérias como a de venda de sentença e parcialidade sem apresentar provas. Por isso, medidas já estão sendo tomadas pela associação, que atua na defesa da magistratura, para garantir a reparação dos danos causados”, complementou o presidente da AMAM.

O caso
 
Áudio divulgado em grupos de WhatsApp atribuído à professora e líder do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) criticou duramente a decisão judicial que considerou abusiva a greve na Educação e determinou retorno aos trabalhos sob multa diária de R$ 150 mil. 
 
No conteúdo, ela chama o Judiciário de “porco” e afirma que o Governo do Estado demorou a “comprar” uma liminar contra a greve. Os servidores brigam pelo cumprimento da Lei 510/2013, da Revisão Geral Anual (RGA), entre outras reivindicações. O movimento completa 67 dias nesta quinta-feira (1º).
 
“Pessoal, a ação judicial na verdade era esperada. A gente até achou que ele demorou muito para recorrer ao Judiciário porco, para comprar uma ação, uma liminar contra na nossa greve. Ele esperou muito, sessenta e poucos dias”, diz.

No áudio, a mulher diz também que uma decisão favorável ao movimento grevista nunca vai acontecer. “Nunca na vida esse Sindicato promove uma greve e quando parte para o juiz, para a Justiça, sai uma liminar dizendo que estamos com a razão. Nunca saiu e nunca vai sair”.

Ela também acrescenta que os juízes e desembargadores estão aliados do governo Mauro Mendes. “Os desembargadores, os juízes não estão com a gente, eles estão com o Governo e isso está claro. Todo mundo tá vendo isso, só não vê quem não quer”.

A líder sindical defende também que os servidores continuem em greve, pois de acordo com ela, as multas proferidas pela Justiça nunca não pagas. “O Sintep com certeza vai recorrer como sempre fez. Isso vai protelando, termina a greve, passa anos e anos, e a gente nunca paga multa, nunca paga nada, porque o trem caduca e fica”.

Na terça-feira (30), a desembargadora Maria Erotides Kneip, membro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), declarou abusivo o movimento grevista dos professores da rede estadual que dura pouco mais de dois meses, dando prazo de três dias para que as atividades retornem.

Caso a decisão não seja cumprida pelo sindicato, a magistrada estabeleceu uma multa de R$ 150 mil por dia de descumprimento. Maria Erotides reconheceu todos os argumentos do Estado no que diz respeito aos impedimentos legais para a concessão do aumento salarial da categoria.

(Clique aqui e ouça a mensagem)
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