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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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INSEGURANÇA ALIMENTAR EM MT

'Não é possível que um estado tão pujante conviva com tantas pessoas em situação de fome', diz novo chefe do MPE

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

'Não é possível que um estado tão pujante conviva com tantas pessoas em situação de fome', diz novo chefe do MPE
Deosdete Cruz Júnior, novo procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual, foi categórico ao afirmar que a fome em Mato Grosso representa absoluta precariedade nas políticas públicas voltadas à segurança alimentar. Para ele é inconcebível que MT viva momento de pujança econômica e, ao mesmo tempo, tenha tantas pessoas sem ter o que comer: “essa é a grande verdade”, lamentou. O PGJ foi mais além e levantou um questionamento: “se tem gente passando fome em sua cidade, será que é bem visto pagar milhares de reais em um único show que vai durar apenas algumas horas?”.

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As afirmações e questionamentos de Deosdete foram em resposta às questões levantadas sobre a famigerada “fila dos ossinhos”. O episódio chamou a atenção de todo o país ao mostrar a situação de cuiabanos que formaram enormes filas em um açougue da capital para buscar os ossos que sobravam visando se alimentar.

Conforme dados apresentados pela Rede Brasileira em Soberania e Segurança Alimentar, em 2022, a insegurança alimentar atingiu 63% das famílias de Mato Grosso.  Essas famílias passam por alguma dificuldade para se alimentar diariamente.

Para Deostede, a verdade é que MT vive situação de precariedade no que diz respeito a investimentos sociais visando sanar as questões da fome.

“Não é possível que um estado tão pujante, com tanto crescimento pela frente, que já esta crescendo, a gente conviva com tantas pessoas em situação de fome. Essa é a grande verdade, de absoluta precariedade”, lamentou.

Ele ainda apontou que, muitas vezes os municípios organizam vultuosas festas agropecuárias e grandes shows visando o lazer da população, mas deixam de lado investimentos sociais, especialmente na segurança alimentar.  

“Iremos promover esses debates: se tem gente passando fome em sua cidade, será que é bem visto pagar milhares de reais em um único show que vai durar apenas algumas horas?’, questionou.

Como medida resolutiva à problemática, o novo chefe do MPE garantiu que o projeto Cibus: “Você Tem Fome de Quê?”, toca nessa questão da precariedade alimentar e irá ampliar o contato com prefeitos e primeiras-damas, tanto do estado quanto dos municípios para que as questões social e alimentícia sejam colocadas como prioridade. “Temos que fazer interlocuções para que os municípios façam sua parte”, garantiu.

O projeto

Cibus é uma palavra em Latim, que na língua portuguesa significa comida, alimento. O projeto, lançado em fevereiro de 2022, está entre as prioridades do Planejamento Estratégico Institucional do Ministério Público do Estado de Mato Grosso.

Idealizada pelo Centro de Apoio Operacional (CAO) de Defesa dos Direitos Humanos, Diversidade e Segurança Alimentar, a iniciativa prevê várias ações com intuito de fomentar a implementação de mecanismos que visam garantir o efetivo acesso à alimentação adequada e de qualidade à população.
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