Olhar Jurídico

Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Geral

arte de gerenciar conflitos

Terceira presidente mulher do TJ, Clarice Claudino destaca capacidade de adaptação às mudanças

Foto: TJMT - Lucas Figueiredo

Terceira presidente mulher do TJ, Clarice Claudino destaca capacidade de adaptação às mudanças
Eleita a terceira presidente mulher na história do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Clarice Claudino conversou com o Olhar Jurídico sobre o dia 8 de março e afirmou que o protagonismo feminino, tanto no judiciário como em outras instituições, se dá pela capacidade de adaptação a diferentes cenários, bem como na “arte de gerenciar conflitos”. Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher, data criada para celebração da luta pelos direitos femininos, um marco essencial para o reconhecimento e fortalecimento do feminismo.

Leia mais: 
Clarice Claudino vê "achincalhamento" da Justiça e assume comando do TJ com foco em restabelecer confiança do Judiciário


Clarice Claudino é a terceira mulher a ser presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A primeira foi a desembargadora aposentada Shelma Lombardi de Kato, que comandou a instituição entre 1991 a 1993. Vinte e sete anos depois, Maria Helena Póvoas foi eleita presidente para o biênio 2021 a 2022.

Natural de Alto Garças (MT), Clarice concluiu o curso de Direito na Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT) e ingressou na magistratura em 1º de novembro de 1988. Foi eleita por merecimento ao cargo de desembargadora, por 25 votos abertos, em sessão solene do Tribunal Pleno, realizada em 19 de fevereiro de 2009. Foi empossada como desembargadora no dia 6 de março daquele ano. Atuou nas comarcas de Poconé, Sinop, Cáceres e Cuiabá e foi diretora do Foro em todas as comarcas pelas quais passou.
 
A caminhada dela na justiça foi trilhada com base em seu esforço e merecimento, sendo seu trabalho e atuação reconhecidos pelos seus pares, bem como pelas instituições que dirigiu. Ao ser questionada sobre a responsabilidade de assumir o título de comandante máxima do TJ, Clarice apontou que isso, na verdade, é uma oportunidade para dar continuidade ao brilhante trabalho das duas magistradas que lhe antecederam nesta missão.

Para ela, que agora espera deixar marcada sua participação no cargo, cada uma das duas comprovou, dentro de suas particularidades, que a mulher está preparada para assumir quaisquer cargos de direção, seja em instituições públicas ou privadas.

“A desembargadora Shelma é uma referência para nós magistradas, não apenas por ser a pioneira, mas também por sua força, equilíbrio, doçura e caráter pacificador. Espero também deixar o meu quinhão de contribuição na história do Poder Judiciário, que caminha para completar 150 anos de serviços prestados à sociedade”, afirmou.

E para deixar o seu quinhão carimbado numa gestão que visa um olhar para o ser humano, Clarice vai além de focar apenas a produtividade. Entusiasta da diversidade, que para ela torna o mundo mais interessante, a desembargadora afirmou que todos somos diferentes e que cada ser humano representa um universo de particularidades, o gerando assim uma variedade em estilos de liderança.

Na visão da desembargadora, todo líder possui dois fatores em comum. O preparo técnico para assumir determinada função e, também, o alcance de um bom nível de inteligência emocional. Mas o caminho para a liderança, no caso das mulheres, “teve muito mais obstáculos”, uma vez que a vida familiar e cotidiana exige mais delas.

Os obstáculos, porém, as tornam mais fortes e preparadas para enfrentar os desafios no mercado de trabalho. E o resultado disso, na perspectiva dela que alcançou o cargo máximo da justiça estadual, é uma incrível capacidade de adaptação às mudanças de cenário e o destaque na “arte de gerenciar conflitos.  Creio que este seja um diferencial do protagonismo feminino, tanto no Judiciário quanto em outras instituições”, afirmou.

 Quando tomou posse para presidir o tribunal, em dezembro do ano passado, Clarice categorizou em seu discurso um olhar com afinco para o ser humano, levando em conta que toda instituição é composta por pessoas.

“Pessoas infelizes não produzem bem. Portanto, cuidar de pessoas é também cuidar da qualidade do trabalho que entregamos à sociedade. Nesse contexto também cabe o incentivo da Administração para que todos possam desempenhar cargos de liderança em condições de igualdade, homens e mulheres. Temos investido em capacitações para atingir esse desiderato”, finalizou Clarice.
 
O compromisso de estimular a cultura da paz na sociedade em detrimento da cultura do litígio foi reafirmado pela presidente empossada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para o biênio 2023/2024. Em seu pronunciamento, durante solenidade de posse, em dezembro do ano passado, a magistrada afirmou a sua convicção de que a efetivação da Justiça Multiportas é o melhor caminho para a pacificação social. A eleição para o biênio foi realizada na tarde de 13 de outubro de 2022, durante sessão do Tribunal Pleno.

O olhar para o ser humano foi um dos destaques do discurso da presidente recém-empossada. “Aqueles que me conhecem sabem do meu entusiasmo e do meu empenho na disseminação da cultura da pacificação social, por meio da implantação de políticas públicas e, também, da construção de soluções adequadas por meio do diálogo, da amorosidade e da compreensão do ser humano em sua integralidade. Esse é o foco, o cuidado com o ser humano. Sejam eles nossos magistrados, nossos servidores, nossos parceiros, os jurisdicionados, enfim, todas as pessoas que de uma forma ou de outra são alcançadas por nós e que merecem um tratamento adequado de acordo com a sua necessidade, em consonância com a legalidade e a justiça”, disse a desembargadora no dia da posse.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet