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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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OPERAÇÃO CURARE

Ex-secretário assume propriedade de aeronave que caiu em Poconé, mas nega compra com recursos públicos

Foto: Reprodução

Ex-secretário assume propriedade de aeronave que caiu em Poconé, mas nega compra com recursos públicos
O ex-secretário-adjunto de Planejamento e Operações de Cuiabá, Milton Côrrea da Costa Neto, confirmou ser proprietário de uma aeronave durante a oitiva na Polícia Federal, realizada na última sexta-feira (29). O avião adquirido é o mesmo que caiu na região de Poconé (100 km de Cuiabá) por falta de combustível. De acordo com a defesa de Milton, o valor pago pelo bem foi R$ 270 mil. O médico desembolsou R$ 220 mil. O avião é citado em investigação da PF como fruto de dinheiro desviado. 

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A aeronave prefixo PT-NHH foi comprada por Milton e Sebastião Rodrigues de Arruda, amigo do médico, que não possui nenhum vínculo com as empresas investigadas na Operação Curare. A propriedade do avião inclusive está no nome de Sebastião, que investiu R$ 50 mil na compra. 

"Ele reconhece a propriedade da aeronave. Ela foi comprada com recursos próprios dele, e está reconhecido nos autos pelas testemunhas. Teve um problema na transferência na ANAC, mas a aeronave realmente é dele. Essa questão da aeronave está sendo vinculada dentro da operação, mas não existe nenhum vinculo relacionado às empresas, que alegam ter comprado a aeronave em consórcio”, explicou o advogado de defesa, Hélio Bruno Caldeira, ao Olhar Jurídico. 

A Polícia Federal apontou que a aeronave PT-NHH teria sido comprada com recursos transferidos pela empresa Vip Prestação de Serviços Médicos LTDA, que pertence a Douglas Castro, também alvo de investigação da Operação Curare. 

Ainda segundo a PF, o suposto grupo empresarial formado pela empresa de Douglas e Milton, com a empresa Family Medicina e Saúde Ltda, teria concorrido para o pagamento da aeronave com o valor de R$ 150 mil, cuja propriedade foi atribuída a Milton. Além disso, no dia do acidente com o avião, amigos e familiares do médico estavam utilizando o meio de transporte. 

O acidente com a aeronave aconteceu no dia 8 de agosto de 2021. Na época, o diretor técnico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Ipase, em Várzea Grande, George da Costa Melo, 39 anos, morreu e outras três pessoas ficaram feridas.

“O antigo proprietário da aeronave foi categórico ao dizer que as pessoas não participaram da compra desse avião, então não há porque envolver as outras empresas na compra, até porque é um fato meio que isolado, que não tem muito a ver com as investigações. Na visão da defesa que já está acostumada a lidar com essas operações, colocam esse tipo de situação para dar um upgrade, para falar e tentar fazer uma ligação, mas é tudo preliminar”, apontou o advogado de Milton.

A defesa reforçou que com o decorrer das oitivas da operação, diversas pessoas já foram ouvidas, incluindo testemunhas que colaboraram com a compra da aeronave, e confirmaram as informações. 

O advogado Hélio Caldeira complementou ainda que a aeronave não deveria estar voando por muito tempo e o seu cliente tinha a ciência do fato. Ele planejava revender o avião, mas diante do ocorrido, não foi possível. 
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